O Dia do Médico, comemorado nesta segunda-feira (18/10), foi marcado por boas notícias e reconhecimento. A equipe interventora anunciou que, a maior parte dos R$14 milhões devidos já estão pagos e, até novembro, todas as contas médicas do Complexo Hospitalar de Contagem serão quitadas.
A diretora geral do Hospital Municipal, Olívia Bonfim, contou que há poucos meses não tinham o básico, faltava esparadrapo, antibiótico e material de limpeza. As instalações estavam precárias e o salário dos médicos atrasado há meses. “Sem pagar as contas, o Complexo Hospitalar não tinha crédito no mercado. Não havia como comprar, repor ou consertar dezenas de equipamentos que estavam sucateados e não funcionavam por falta de peças. Depois da intervenção o cenário é outro”.
Marilene Socorro, coordenadora do Setor de Contas Médicas, explicou que, no Complexo Hospitalar atuam mais de 750 médicos, contratados em regime de pessoa jurídica, por meio de 530 empresas diferentes, assegurando que “todas terão suas contas pagas até novembro”.
Além de quitar os salários dos médicos, a equipe interventora, em pouco mais de três meses, negociou com a maior parte dos fornecedores, executou obras em algumas áreas do Complexo Hospitalar, reativou salas cirúrgicas, recuperou e comprou novos equipamentos, além de repor os estoques de medicamentos e insumos. “Estamos muito confiantes e o usuário satisfeito”, ressaltou Olívia Bonfim.
Reconhecimento
A mãe da pequena Vitória, Pamela Gabriela Rodrigues Correa, 22, só tem elogios aos médicos do Centro Materno Infantil - CMI. Há 41 dias, ela descobriu que sua filha não estava ganhando peso e buscou ajuda no Complexo Hospitalar de Contagem. O diagnóstico forçou o nascimento prematuro da bebê com apenas um quilo.
No entanto, no lugar da preocupação e desespero, Pamela ficou tranquila, devido ao trabalho dos médicos do CMl, que deram todo suporte desde o início. "Se não fossem eles, eu não estaria aqui para contar. Foi com a persistência e conhecimento deles que foi possível descobrir e solucionar o problema. Eles me deram todo suporte", explicou.
Pamela tem outra filha, de cinco anos, que está com a avó. Como há vários dias dedica-se a cuidar da filha mais nova, ela contou que foi graças ao apoio dos profissionais do CMI que conseguiu se desdobrar. "Eles me explicaram que, nesta fase, eu teria de estar mais presente. Quando a Vitória ficou no CTI, eles me orientaram a ficar aqui durante o dia e ir para casa à noite para também dar atenção à minha outra filha", contou.
Segundo Pamela, a atenção e cuidado dos médicos são fundamentais. "Ter uma criança prematura não é fácil, as emoções variam muito, e as pediatras sempre estão aqui para ajudar e aconselhar. Elas explicam tudo direitinho, dão uma assistência ótima. Você vê que, realmente, gostam do que fazem aqui. Elas são muito importantes", concluiu.
História definida pelo compromisso e dedicação
O cirurgião Bartolomeu Moreira Barroso é um dos médicos do Complexo Hospitalar de Contagem. Trabalha no Hospital Municipal há 23 anos. É o médico mais antigo da instituição e referência para os que vieram depois e para os milhares de pacientes que já foram atendidos por ele, em mais de duas décadas de serviços prestados ao SUS.
Ele contou que o desejo de ser médico veio ainda na infância. Nascido em Rio Vermelho, passou parte da adolescência em Sabinópolis. Ali, na fazenda, auxiliando o pai a cuidar dos animais doentes, sentiu que podia fazer mais. Tornou-se médico para, segundo ele, “servir com dignidade e ética a quem precisa, bem como transmitir o seu conhecimento aos médicos que estão começando agora”. Durante muitos anos, Bartolomeu trabalhou como preceptor de residentes no Hospital João XXIII e no Hospital Risoleta Neves. “Mas meu QG, como sempre digo, é o Hospital Municipal de Contagem”.
A hematologista Andrômeda Luciana Couto Moreira, diretora clínica e responsável técnica da Agência Transfusional do Hospital Municipal, começou a trabalhar na instituição como acadêmica, em 2014. Formou-se no ano seguinte. Desde então, dedica-se aos pacientes de Contagem. Filha de um comerciante e de uma costureira, cedo aprendeu com os pais que era preciso fazer a diferença na vida das pessoas. Ser médica lhe permitiu agir assim. “Cada paciente é especial. Hoje, sei que posso, ao cuidar, fazer a diferença na vida de cada um”.